Porque no Antigo Testamento vemos Deus mandando o seu povo matar seus inimigos?
No Livro de 1 Samuel, encontramos uma passagem que, à primeira vista,
pode parecer perturbadora e difícil de entender. No capítulo 15, versículo 3,
lemos as palavras de Deus para o rei Saul: "Vai, pois, agora e investe
contra Amaleque, condena-o ao anátema, consagrando-o ao SENHOR para destruição
de tudo quanto houver na terra em que habitam; não tenhas piedade dele e de seu
povo, mata homens e mulheres, crianças e recém-nascidos, bois e ovelhas,
camelos e jumentos!"
Essas palavras podem nos fazer questionar a ética por trás das ações
ordenadas por Deus. No entanto, é crucial interpretar essa passagem dentro de
seu contexto histórico da época.
Na época em que essa ordem foi dada, Israel estava constantemente em
conflito com seus vizinhos e enfrentava ameaças à sua existência como nação,
como acontece nos dias de hoje, onde terroristas tentam eliminar Israel. Os
amalequitas eram vistos como inimigos do povo de Deus e representavam uma
ameaça à segurança e à estabilidade de Israel.
No contexto do Antigo Testamento, Deus frequentemente agia de maneiras
que refletiam as normas e compreensões morais daquela época, não havia como
dialogar com os inimigos do povo de Israel, ou eles os matavam ou seriam mortos
por eles. A Lei Mosaica incluía mandamentos que hoje podem parecer severos,
como o olho por olho e dente por dente, justamente porque o povo de Israel,
havia ficado mais de quatrocentos anos escravizados no Egito, por isso eles
eram um povo que não conhecia o respeito e a educação. No entanto, com a vinda
de Jesus Cristo e o advento da Nova Aliança, o entendimento moral mudou.
Jesus ensinou princípios de amor, perdão e reconciliação, oferecendo um
novo paradigma ético para seus seguidores. Sob a graça de Deus, os cristãos são
chamados a seguir o exemplo de Cristo em todas as áreas de suas vidas, amando e
orando por seus inimigos.
Isso nos leva a refletir sobre questões contemporâneas, como o papel do
policial cristão em situações de conflito. A defesa da justiça e da segurança
pública possa exigir o uso da força letal em algumas circunstâncias. Para
defender o inocente, o policial as vezes é obrigado a tirar a vida do
criminoso, e isso não é pecado aos olhos de Deus, pois é o trabalho dele;
defender os inocentes.
Os acontecimentos onde Deus ordenava o povo de Israel a combater e matar
seus inimigos eram raros e justificados para a época em que viviam. Hoje, como
cristãos, somos chamados a buscar a paz e a justiça de maneiras que estejam em
conformidade com os ensinamentos de Jesus Cristo.
Portanto, ao confrontarmos passagens difíceis como essa, é importante
interpretá-las à luz da graça cristã, reconhecendo que nosso entendimento da
vontade de Deus evoluiu ao longo do tempo e que somos chamados a agir com amor,
compaixão e justiça em todas as situações.
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